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O governo federal anunciou a regulamentação do tão aguardado “cashback” para famílias de baixa renda como parte da reforma tributária. A promessa é devolver parte dos impostos cobrados sobre bens e serviços essenciais, como energia elétrica, gás de cozinha e contas de internet, para tornar o sistema tributário mais justo.
Mas será que essa medida resolve as desigualdades históricas do sistema tributário brasileiro ou é apenas uma solução paliativa?
Hoje, os impostos sobre consumo afetam mais os mais pobres, que destinam uma fatia muito maior de sua renda para bens essenciais. Por exemplo, um trabalhador que ganha um salário mínimo gasta 0,41% de sua renda em tributos ao comprar um pacote de arroz, enquanto alguém que recebe R$ 10 mil mensais compromete apenas 0,062%.
A reforma propõe devolver até 100% da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e 20% do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) para famílias inscritas no Cadastro Único. No entanto, quando o tema é detalhado, os problemas aparecem:
Sem mudanças mais profundas, como a taxação efetiva de grandes fortunas e lucros, o cashback pode acabar sendo apenas um remendo em um sistema que perpetua desigualdades.
A promessa de “justiça fiscal” precisa ser acompanhada de transparência, eficiência e vontade política para enfrentar interesses que há décadas mantêm o sistema tributário brasileiro entre os mais injustos do mundo.