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Enquanto o Brasil enfrenta uma escalada alarmante de casos de dengue, o Ministério da Saúde demonstra despreparo e ineficiência ao adquirir apenas nove milhões e meio de doses da vacina contra a doença. A medida, que poderia ser um avanço no combate ao mosquito Aedes aegypti, revela-se limitada e elitista.
A vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações no final de 2023, mas está restrita a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Justificam a escolha alegando que essa faixa etária apresenta altos índices de hospitalizações, mas ignoram que os idosos, também altamente vulneráveis, continuam sem acesso à imunização. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou a vacina para pessoas acima dos 60 anos, e o Ministério da Saúde não apresenta qualquer previsão de ampliação da cobertura.
Enquanto isso, a população fora desse grupo etário precisa recorrer ao setor privado, onde o preço da dose varia entre R$ 350 e R$ 500. Esse custo elevado torna a imunização inacessível para a maioria dos brasileiros, reforçando a desigualdade no acesso à saúde. Ainda mais preocupante é a informação de que o número de doses no setor privado também é limitado, já que a prioridade seria a oferta no SUS — uma prioridade que, na prática, não atende à demanda real.
Faltam transparência, planejamento e compromisso com a saúde pública. O Ministério da Saúde deveria garantir ampla vacinação gratuita para todas as faixas etárias em risco, ao invés de restringir o acesso a um público específico e forçar a população a buscar alternativas caras e escassas.
Essa postura negligente coloca milhões de brasileiros em risco, especialmente em um país onde surtos de dengue são recorrentes. A saúde pública não pode ser tratada com descaso. O governo precisa agir com responsabilidade, investir em mais doses e ampliar urgentemente a cobertura vacinal.
O combate à dengue exige medidas eficazes e inclusivas. A omissão custa vidas.