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A inflação de 2024 não foi igual para todos. Embora o índice oficial tenha fechado em 4,83%, os números revelam uma dura realidade: os mais pobres continuam pagando a conta mais alta.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a faixa de renda baixa enfrentou uma inflação de 5%, enquanto as classes de renda média-alta e alta tiveram índices menores, de 4,78% e 4,43%, respectivamente. Os números escancaram uma desigualdade preocupante que atinge as famílias mais vulneráveis.
O problema fica ainda mais evidente ao analisarmos os principais vilões da inflação: alimentos, saúde e transportes. Produtos básicos como arroz, carne e óleo de soja dispararam nos preços, impactando de forma desproporcional as famílias de menor renda, que destinam grande parte de seus rendimentos à alimentação.
No setor de saúde, medicamentos e planos de saúde se tornaram mais caros, agravando a situação de quem já enfrenta dificuldades para acessar cuidados básicos. E no transporte, a alta nos preços da gasolina e dos aplicativos de mobilidade pesa no bolso de quem precisa se deslocar diariamente.
A disparidade inflacionária revela um sistema que não protege os mais frágeis. Enquanto as classes altas têm maior capacidade de absorver os aumentos, os mais pobres são obrigados a cortar necessidades básicas ou contrair dívidas.
A inflação, embora tecnicamente um fenômeno econômico, tem efeitos sociais devastadores quando não é enfrentada com políticas públicas eficazes e justas. Quem paga o preço da desigualdade são as famílias que mais precisam. O desafio para 2025 não é apenas conter a inflação, mas também garantir que seus efeitos não perpetuem as desigualdades existentes.