As obras de quase R$ 80 milhões nas avenidas Sebastião Gualberto e Senador Teotônio Vilela, em São José dos Campos, continuam a gerar polêmica e apreensão entre os moradores da região. A mais recente preocupação envolve os moradores da Vila Guarani, que estão se mobilizando para chamar a atenção das autoridades sobre os riscos e impactos negativos que o projeto pode trazer para a comunidade.

Aumento da tensão entre os moradores

Desde o início das obras, a comunidade tem levantado sérias preocupações quanto às suas consequências ambientais e sociais. O corte de dezenas de árvores para a ampliação da Fundo do Vale já havia gerado indignação, e agora, a possível demolição de casas às margens da ferrovia e a construção de um túnel no local têm deixado os moradores da Vila Guarani em estado de alerta.

“A vila está em uma posição inferior ao nível da avenida Sebastião Gualberto, e isso nos preocupa bastante. Quando chove forte, já vemos alagamentos perigosos. Agora, com a construção de um túnel, é inevitável pensar que esses problemas podem se agravar”, alerta uma moradora que preferiu não se identificar. “Quem nos garante que não haverá vazamentos ou inundações mais severas? Nós, que moramos aqui, não temos segurança alguma.”

Impacto das obras na Vila Guarani

O projeto inclui a construção de um túnel que conectará as regiões sul e oeste à região norte, passando pela Fundo do Vale no cruzamento com a Sebastião Gualberto. Além disso, um viaduto será erguido para facilitar a passagem entre a região leste e o Anel Viário. Apesar de serem apresentadas como melhorias de infraestrutura, essas intervenções estão gerando medo e incerteza entre os moradores da Vila Guarani.

A preocupação principal gira em torno das potenciais desapropriações de casas, que podem afetar diretamente o modo de vida da comunidade local. “Todos estão apreensivos com a possibilidade de perderem seus lares”, destaca a mesma moradora. A falta de clareza e comunicação por parte da Prefeitura de São José dos Campos em relação aos detalhes do projeto intensifica a ansiedade da população.

Mobilização comunitária

Diante da falta de respostas concretas das autoridades, os moradores da Vila Guarani decidiram organizar uma manifestação pacífica, agendada para acontecer a partir das 18h no cruzamento das avenidas. O objetivo é alertar a sociedade e as autoridades sobre as possíveis consequências negativas das obras e exigir um diálogo transparente com a Prefeitura.

Os organizadores do protesto esperam que essa mobilização pacífica traga à tona as preocupações legítimas dos residentes e pressione as autoridades a fornecerem garantias de segurança e soluções alternativas que respeitem o bem-estar da comunidade.

Necessidade de ação imediata

A situação na Vila Guarani reflete um problema maior: a necessidade urgente de projetos de infraestrutura que sejam planejados e executados com responsabilidade social e ambiental. Os moradores têm o direito de ser informados e envolvidos em decisões que afetam diretamente suas vidas e seu ambiente.