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A Universidade Federal de Pelotas (UFPel),no Rio Grande do Sul, deve criar nos próximos meses uma turma exclusiva do curso de Medicina apenas para assentados da reforma agrária.
Tal medida é para atender o movimento radical de invasores de terra MST.
A criação da “turma especial” é parte de uma discussão entre a UFPel, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e os radicais do MST.
De acordo com um edital recente da Universidade para o curso de Medicina Veterinária, é possível perceber que o ingresso desses alunos ocorre de maneira bem diferente, sem o vestibular nos moldes tradicionais.
No edital, aberto no final do ano passado, constavam duas fases de seleção: a primeira é uma prova de redação, enquanto a segunda é chamada de “período pedagógico avaliativo”, no qual os candidatos fazem um período de 19 dias ininterruptos de estudos, avaliações e vivência em um instituto de educação de um assentamento do movimento radical, na cidade de Viamão, no Rio Grande do Sul.
Outro documento que também é apresentado pelos candidatos é o chamado “memorial descritivo”, que consiste em “um relato acerca da história de vida do candidato, que contenha elementos sobre sua trajetória escolar, as vivências todas relacionadas ao movimento radical sem terra, e as expectativas de ingresso na Universidade e a importância da formação”.
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), que se posicionou em uma nota oficial contra a flexibilização do ingresso e disse ver “risco de redução da qualidade de formação técnica”.
– Há grave risco de redução da qualidade de formação técnica dos alunos, pelo rebaixamento da exigência desses critérios, havendo manifestação pública de que o vestibular passaria a se dar exclusivamente por meio de prova de redação, o que não ocorre hoje para nenhum outro candidato – relata o sindicato.
Em nota a reitoria da UFPel, por outro lado, defendeu a medida e afirmou que a iniciativa de criar uma turma especial no curso de Medicina “é uma resposta a uma preocupação social em relação à saúde e ao acesso a cuidados médicos adequados nas áreas rurais e entre as comunidades agrárias. A partir de uma demanda legítima apresentada pelos movimentos sociais, resolvemos assumi-la e trabalhar para concretizá-la”.